8 de fev. de 2015

O encontro

Disseram que um dia chegaria o momento dos corpos se encontrarem.
Houve quem desse por certo.
As ideias estavam de certa maneira ligadas. Mas, os corpos tão distantes.
Tateando seguiram e trocaram palavras, frases, até que … segredos.
E chegaram a conclusão de que os segredos, as palavras, as frases, deveriam ser só deles.
Sem presença, tudo segue e seguiu.
...
Mas, quando os corpos se buscavam, renasciam as palavras.
E um peito se enchia e pensava no encontro.
Um abraço. As mãos que se seguiriam pelas costas, para a nuca.
Um cheiro para sentir.
Braços grandes abertos que também seguiriam para as costas. Subiriam pelos ombros e a apertariam com um pouco só de força. Uma respiração profunda.
Ainda desconhecidos.
Sentir-se bonita. Sentir sua beleza. E nada mais.
Seria possível?
Buscou na literatura, nos filmes, na poesia … em todo lugar havia estas buscas e vivências.
A ansiedade e as agonias vividas pelos encontros pareceram triviais. Naturais.
E permaneceram trocando palavras.
À espera do dia imaginário.
Corpos distantes, corpos ausentes.
Seguiram como fragmentos do que queriam viver. Do que poderiam ser. De que poderiam se encontrar.

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