9 de jun. de 2011

O poeta e o carteiro.

Azar o dele ...

letra e ritmo apenas ... mas, tá aí .


Convite


Ontem convidei alguém pra um café.
Como de costume, tentei montar uma mesa gostosa.
Dei algumas voltas até tudo dar certo.
Seria um café diferente, sem a minha presença.

E é triste pensar que ele pode nem acontecer.

A água não ser fervida.
O cheiro não ser exalado.
O pó não ser colhido.

O doce não ser deliciado.

Seria possível algo tão triste?

Quero crer que não.

Convite pra doce e pra café não se recusa, mesmo de longe.

Eu em Goiás, o convite em São Paulo.

Eu e Coralina, abusada que sou.

São Paulo e a complexidade, efervescente que é.
Daqui me sento e escrevo, espero o tempo passar.
... quem sabe o cheiro, a toalha, o doce, o café sejam aceitos.
... a caneca novinha seja usada,
a mão se estenda,
os olhos vejam e os ouvidos atenciosos ouçam e, os dedos alcancem ...

teclas e números tocados me darão essa chance?

Cintia Godoi