Disseram que um dia chegaria o momento
dos corpos se encontrarem.
Houve quem desse por certo.
As ideias estavam de certa maneira
ligadas. Mas, os corpos tão distantes.
Tateando seguiram e trocaram palavras,
frases, até que … segredos.
E chegaram a conclusão de que os
segredos, as palavras, as frases, deveriam ser só deles.
Sem presença, tudo segue e seguiu.
…
...
Mas, quando os corpos se buscavam,
renasciam as palavras.
E um peito se enchia e pensava no
encontro.
Um abraço. As mãos que se seguiriam
pelas costas, para a nuca.
Um cheiro para sentir.
Braços grandes abertos que também
seguiriam para as costas. Subiriam pelos ombros e a apertariam com um
pouco só de força. Uma respiração profunda.
Ainda desconhecidos.
Sentir-se bonita. Sentir sua beleza. E
nada mais.
Seria possível?
Buscou na literatura, nos filmes, na
poesia … em todo lugar havia estas buscas e vivências.
A ansiedade e as agonias vividas pelos
encontros pareceram triviais. Naturais.
E permaneceram trocando palavras.
À espera do dia imaginário.
Corpos distantes, corpos ausentes.
Seguiram como fragmentos do que queriam
viver. Do que poderiam ser. De que poderiam se encontrar.