7 de ago. de 2013

Com amor para os homens.

 

Sonhei com meu pai. Ele estava como há muito não me lembrava dele ter sido. Bem forte, moreno, mas ao mesmo tempo vermelho de sol. Como em viagens que fizemos de férias. De shorts, acho que azul, daqueles com listras do lado. Acordei feliz de poder tê-lo revisto. O dia foi passando. Não me lembrei mais do sonho. Ouvi dizer que era aniversário de um tio. Me lembrei dele. Me lembrei que ele gosta muito que a gente lembre do aniversário dele. Mais horas se passaram. Trabalhei, fui, voltei, cuidei do meu filho. Tentei enviar bons sentimentos para meu pai e para meu tio. Mas, não falei com nenhum deles. A noite chegou e eu cuidando do meu bebê. O marido fora, ia demorar para chegar. O trabalho dele pesando também em seu dia a dia. Tantos homens em minha vida! Quando fui jantar, sem muita energia para fazer a coisa direito esquentei um queijo, um pão de queijo, e coloquei um suco para beber. O suco … tão doce … me trouxe todo o sentimento do dia, toda a saudade de todos. Meu pai, meu tio, meu marido. Meu filho comigo, ainda bem! O suco era de tangerina. E eu senti a tarde ensolarada de Uberlândia, revivi a experiência de ver o chão amarelado da cozinha, a geladeira se abrindo. Peguei uma garrafa de vidro, sem rótulo, da Pomar, com uma tampa alaranjada. Meu pai trazia esses sucos, acho que vinham de Araguari, de suas andanças. Eram sucos concentrados, e a gente colocava água e gelo e se deliciava. O mesmo suco que ele trazia, o mesmo sabor daquelas tardes. Meu pai na varanda. Meu tio na árvore, lendo um livro de bolso. A saudade apertou forte. E eu só pude escrever … Felicidades ao meu Pai, ao meu Tio, e a todos os homens que sabem viver os sabores da vida. Sigamos.