14 de abr. de 2011

Uma fuga.


Eu corria, corria. E me via correndo, eu via do alto. Nem sabia o porquê da correria. De repente, passando perto de mim eu vi o Quina. Nossa! Você? E ele sorriu. Onde cê tá indo assim? Quer ajuda? Uai. Pode ser.


Agora, corríamos os dois. Passos largos, de vez em quando uns saltos. É uma prova que não posso perder, é minha última chance. O duro é que não sei nada de português e será minha última chance.

Ali tive certeza de que era um sonho. Mesmo não sabendo português até hoje, há tempos não precisava desse tipo de prova para passar em nada. Mas, continuei; ciente do meu sonho. Por onde você vai? Pela Anhanguera. Continuávamos a correr.

Senti uma agonia estranha, larguei o Quina e entrei num hotel. Uma moça falou comigo. Ela me olhou com estranheza. Pedi umas informações e saí. Quando olhei pra trás, dois caras. E eles fizeram a mulher sumir. Achei que ela tinha sido morta. É sonho, pensei.

Mesmo assim tive medo e me lembrei: o Quina ! Corri e o alcancei. Ele não entendeu nada e voltou a correr comigo. Os caras chegaram, nos alcançaram. Nos colocaram numa sala azul, nós dois tínhamos desmaiado.


Acordei. Percebi o que queriam e o que eram. Até então não sabia de nada, mas em um segundo soube em minha mente. Flutuei e fiz o Quina flutuar.

Ficamos no ar um em frente ao outro, mas ainda deitados. O Quina quis acordar, mas não permiti.

Os homens nos viram, analisaram nosso estado. Nos julgaram espécies idosas, quase sem forças. Esses não servem mais. Caímos.

Despencamos numa piscina em que brincavam duas crianças. A piscina era meio rasa.

Com a água gelada o Quina acordou, levantou-se sem entender nada. Um dos meninos mergulhou e me olhou. Voltou às pressas, puxou o Quina pelo braço e gritou. É uma sereia! Ouvi o que o menino gritou. Quis rir, adorei ouvir aquilo. Mas, não era o que eu era.


Colega distante de escola, nunca fomos amigos, mas senti que ele iria me ajudar.

cintia godoi