27 de mar. de 2012

Sou de cá.

Eu sou de onde eu nasci, disse Rosa.

E esse sentimento nos cerca, participa de tudo que somos.

Saí de Uberlândia ,e estudei mais ainda minha terra.

Fui para o Sul, vivi coisas novas, mas com a cabeça no Triângulo.

Foi preciso ir pra lá pra poder me conhecer e conhecer meu espaço.

Como quem sai do objeto para tentar enxergá-lo.

Isso é o certo? Dizem que sim, dizem que não.

O objeto não pode ser alcançado.

Ele está lá, mas está também dentro de nosso olhar.

Ele só existe porque nós o enxergamos.

Fui pra Goiás.

Um novo objeto me foi lançado.

Me apaixonei por ele também.

Mas, quando vi, era praticamente a mesma coisa.

Não era o Triângulo,

Não era Uberlândia,

Não era Rio Verde,

Era o sertão.

Era o mesmo sertão que Rosa me contou,

muito antes de eu lê-lo em dados.

Sertão de gente. De coisas. De vida, de luta, de desigualdades, de fazendas, de produção.

Caminhei por ele. Li de tudo. Histórias e causos se confundem.

Visões de sertão se misturam.

Apresento aqui a minha.

E, nela só garanto o movimento,

um vento verde passando nas palmas dos buritis,

chegando às plantações de arroz, de mandioca,

e feijão, emaranhando-se na soja e por último na cana.

Não garanto que o objeto tenha ficado estático enquanto eu o olhei.

Nem garanto que eu mesma tenha ficado na mesma posição pra olhar.

Sou como os outros daqui, garanto minha história,

é só pra qualquer um perguntar.

Cintia Godoi

Setembro de 2011.

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