Eu sou de onde eu nasci, disse Rosa.
E esse sentimento nos cerca, participa de tudo que somos.
Saí de Uberlândia ,e estudei mais ainda minha terra.
Fui para o Sul, vivi coisas novas, mas com a cabeça no Triângulo.
Foi preciso ir pra lá pra poder me conhecer e conhecer meu espaço.
Como quem sai do objeto para tentar enxergá-lo.
Isso é o certo? Dizem que sim, dizem que não.
O objeto não pode ser alcançado.
Ele está lá, mas está também dentro de nosso olhar.
Ele só existe porque nós o enxergamos.
Fui pra Goiás.
Um novo objeto me foi lançado.
Me apaixonei por ele também.
Mas, quando vi, era praticamente a mesma coisa.
Não era o Triângulo,
Não era Uberlândia,
Não era Rio Verde,
Era o sertão.
Era o mesmo sertão que Rosa me contou,
muito antes de eu lê-lo em dados.
Sertão de gente. De coisas. De vida, de luta, de desigualdades, de fazendas, de produção.
Caminhei por ele. Li de tudo. Histórias e causos se confundem.
Visões de sertão se misturam.
Apresento aqui a minha.
E, nela só garanto o movimento,
um vento verde passando nas palmas dos buritis,
chegando às plantações de arroz, de mandioca,
e feijão, emaranhando-se na soja e por último na cana.
Não garanto que o objeto tenha ficado estático enquanto eu o olhei.
Nem garanto que eu mesma tenha ficado na mesma posição pra olhar.
Sou como os outros daqui, garanto minha história,
é só pra qualquer um perguntar.
Cintia Godoi
Setembro de 2011.
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